quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Ideologia no Livro Didático

            Tivemos a maravilhosa oportunidade de, no semestre passado, termos efetuado uma pesquisa que nos desvendou quanto à ideologia que vem inserida de maneira imperceptível em diversos livros didáticos do Ensino Fundamental.
            Com textos ricos tirados de livros e de um TCC fomos começando a entender e perceber que com a sutileza e manipulação de fatos históricos é possível mudar a opinião de uma criança sobre determinada questão. Isso também ocorre na mídia, em novelas e propagandas principalmente.
            Algo que nos chamou a atenção nas leituras vem do pensamento em algumas culturas se sobressaem a outras. A idéia que a cultura africana se assemelha a rituais maléficos, os currículos adotam a mitologia grega, mas não é falam dos heróis e mitos africanos. Há também os livros que mostram a dita “família perfeita” o pai que trabalha e traz o sustento e a mãe que fica em casa e cuida da educação dos filhos. Essa não é mais a cara das famílias no Brasil, e isso deve ser levado em consideração na escolha de um livro.
            Analisando imagens dos livros vemos que os ditos “do bem” sempre aparecem na figura do branco. Profissões das pessoas negras geralmente aparecem como sendo de classe menos favorecida. Nos livros de história a grande maioria das gravuras de indígenas é formada de pessoas com armas e lanças, dando a entender que os mesmos só queriam guerrear e eram violentos. Isso cria na cabeça das crianças um modelo que caracteriza cada etnia.

            Nesse vídeo é visto um teste feito com crianças negras, crianças tão pequenas que já possuem um padrão de beleza e bondade ligado a “brancura”. Nas imagens, a figura da boneca negra era sempre apontada como má e feia. Mesmo elas percebendo sua semelhança com a boneca negra, não conseguiram escolhe-la como sendo a boa e bonita.
            E você o que sente ao ver esse vídeo? É uma denúncia, que não devemos esquecer...
           
             Para quem quiser saber mais sobre o tema as referências estudadas na pesquisa foram:
ECO, Umberto e Marisa Bonazzi (1980). Mentiras que parecem verdades. São Paulo. Summus Editorial.
DEIRÓ, Maria de Lourdes Chagas (1979). As Belas Mentiras – A ideologia subjacente aos textos didáticos. São Paulo. 11ª Edição. Editora Centauro.
FARIA, Ana Lúcia Goulart de (1986). A ideologia do livro didático. Editora Cortez. São Paulo.
LOZANO, Andréia Aparecida Casanova (2006). Os livros didáticos de história e a doutrina da segurança nacional. TCC Universidade Metodista de São Paulo. São Bernardo do Campo.

Angélica Vicente

domingo, 21 de novembro de 2010

São Paulo, o coração do Brasil

Acervo pessoal Aneliza

Há quem diga que São Paulo é como coração de mãe, sempre cabe mais um. Pois é, é assim que eu a vejo, várias raças, cores, estilos, lugares, enfim várias etnias, tudo resumido em um cantinho de terra. Comparada a grandes cidades com Nova York e Hong Kong, São Paulo é considerada uma das maiores cidades do mundo.
Muitas pessoas dizem que sempre há o que se fazer em São Paulo, e é a mais pura verdade, pois aqui é um grande centro cultural e de entretenimento, onde encontramos várias exposições e eventos importantes para o mundo. Apesar da grande diferença social entre esse povo, muitos eventos são abertos ao público totalmente gratuito, atingindo qualquer faixa etária.


Acervo pessoal Aneliza

Quem nunca saiu um dia cedinho de casa, com os bolsos quase vazios e curtiu muito a nossa cidade? E tem pra todos os gostos: Museu da Língua Portuguesa, Museu do Ipiranga, Pinacoteca, Memorial da América Latina, MASP, Parque do Ibirapuera, Museu do Futebol, Aquário, Zoológico, além da grande Avenida Paulista, onde encontramos todas as raças e estilos reunidos em um único ponto da cidade, que foi construído pelo grande número de imigrantes que aqui se instalaram. É essa diversidade cultural que amplia também a parte gastronômica, trazendo um pedaço de cada país para saborearmos em nossa cidade.


Acervo pessoal Aneliza
É um lugar onde em apenas um único dia conseguimos ter praticamente as quatro estações do ano. E haja mochila pra carregar guarda-chuva, moleton, livros, computador e até uma troca de sapatos.  Alguns compositores se inspiraram e construíram vários sucessos devido ao clima, que agora é apelidada de “Terra da Garoa”.

Se você quer conhecer o mundo, seja bem vindo a São Paulo!

Aneliza Hildebrand Corrêa



Relato poético - Ética


Kelly Cristina Rotta

Conhecendo o Parque do Ibirapuera


São Paulo é uma grande cidade que abriga uma imensa diversidade cultural. Pessoas de toda parte são acolhidas nesta imensa cidade.

Vivemos em uma grande cidade, onde recebemos a todo tempo gente de toda parte. Não somos “só” da cidade onde nascemos. Eu, por exemplo, nasci e cresci em São Bernardo do Campo. Sendo filha de mineira com sergipano, tenho uma mistura de sotaques tremenda e vira e mexe me pego com expressões vindas de fora.
“Oxi”! Tão de São Bernardo que sou...  Não saio daqui pra quase nada, pois trabalho, estudo e moro aqui. Daí pra escrever para nosso blog, resolvi fazer um passeio em São Paulo, fui conhecer o parque do Ibirapuera. Localizado na Zona Sul, o local tem muito verde e é marcado pela beleza, paz e tranqüilidade, tudo isso em meio ao ritmo acelerado da cidade. E lá fiquei observando a diversidade cultural. Pessoas de diferentes classes sociais, como por exemplo, algumas mulheres com vestimenta de atividade física e ao lado a babá, uniformizada e empurrando o carrinho do bebê. E quando olho pro outro lado, vi um grupo de pessoas tirando o almoço (frango assado com macarrão) de dentro de uma caixa de isopor, todos felizes, curtindo o passeio cada um a sua maneira.
 
http://jolpuc.wordpress.com/2009/10/09/o-parque-do-ibirapuera-e-seus-fantasmas/

Conversando com um funcionário do parque soube que lá sempre acontecem grandiosas exposições e apresentações artísticas variadas. Com certeza, fica aí uma dica de um local para nos refugiarmos em meio a agitação de nosso dia a dia na cidade de São Paulo, repleto de ar puro e cultura para prestigiarmos.
E é essa diversidade que em minha opinião é admirável! Toda essa mistura é bem interessante...  E afinal, se fossemos todos iguais não teria graça alguma!

Daniela Alves Santos

sábado, 20 de novembro de 2010

Charges para refletir!!

            No universo letrado existem várias formas de comunicação e é nesse contexto variado que encontramos as charges, uma forma inteligente e alternativa que expressar pensamentos e opiniões. Existem autores renomados que trazem em suas obras ideais políticos, figuras da desigualdade social e críticas ao sistema capitalista em que vivemos.
            Como exemplo disso trago duas charges, uma do Henfil e outra do Angeli, que nos faz pensar sobre valores e ética. Quais são os valores que ensinamos aos nossos filhos e alunos?

            Na primeira está retratado cenas do cotidiano de milhares de pessoas, justamente aquelas que dizem não serem racistas ou preconceituosas.
            Todos sabem que muito do que as crianças aprendem é através do que vêem, o exemplo que damos, seja ele bom ou mal, vale mais que um belo discurso. É assim com comentários ditos “na brincadeira” que vamos enraizando e dando força ao preconceito em nosso país, e isso não tem graça.

            Na segunda algo parecido acontece, a mãe que não recrimina as atitudes do filho e ainda culpa as crianças pobres, que não estão agredindo ninguém, de violentas. O nome “Pobreza: Cada Jovem com a Sua” nos remete a pobreza de espírito versus a social.
            A pobreza é um estigma, ainda hoje o ditado popular deve ser lembrado “não se julga o livro pela capa”, ou seja, não se julga uma pessoa pelas roupas, sim por suas atitudes e caráter.
            Vamos acabar com tanta discriminação, vamos fazer uma reforma íntima. Começando por mudar nossas atitudes, acreditemos no mundo que John Lennon sonhou “Imagine não existir posses/.../Sem necessidade de ganância ou fome/Uma irmandade de homens/Imagine todas as pessoas/Compartilhando todo o mundo” Você pode dizer que somos sonhadoras... mas não somos as únicas!

Angélica Vicente

Não tapemos nossos olhos e nem nossos ouvidos para esta realidade...

        Geralmente quando ouvimos a música Pelado, da banda Ultrage a Rigor, logo nos vem à mente o refrão engraçado, que ficou na boca do povo durante a exibição da novela Brega e Chique no final da década de 80. Mas as pessoas não se atêm ao conteúdo da letra que, além de ter um refrão engraçado, traz também uma crítica social na segunda parte da letra:
Indecente
É você ter que ficar
Despido de cultura
Daí não tem jeito
Quando a coisa fica dura
Sem roupa, sem saúde
Sem casa, tudo é tão imoral
A barriga pelada
É que é a vergonha nacional
(Pelado – Ultrage a rigor) 
        Essa crítica feita nos anos 80 é válida para os dias de hoje porque o problema da desigualdade social, citado há mais de 20 anos, ainda é muito presente na nossa sociedade, pois poucas coisas mudaram em nesse período de tempo.
        Vemos o descaso dos governos para com os pobres, a cidade de São Paulo está repleta de pessoas que, por falta de moradia e emprego, se vêem obrigadas a morar nas ruas e, em muitos casos, são famílias inteiras vivendo nestas condições.
arquivo pessoal

        Esta foto foi tirada próximo ao parque Dom Pedro, em São Paulo, a foto não está muito nítida, mas quando a tiramos, foi justamente para ilustrar pessoas que vivem em condições precárias, que por diversos motivos chegaram a esta situação. Neste local nos deparamos com uma família ou parecia ser, pois havia um homem com duas crianças – ele deveria ser o pai – cozinhando num fogão improvisado. A criança menor estava andando pelo acampamento, enquanto a maior, estava sentada próxima ao fogão, estava frio naquela manhã e penso o quão fria foi, não só aquela noite, mas na frieza que sentem das outras pessoas para com elas, da indiferença da sociedade.

arquivo pessoal

        Logo após, ainda andando pela cidade, vimos um grupo que, supomos terem passado a noite embaixo do Elevado Costa e Silva – famoso minhocão –e o que chamou-nos a atenção quanto a foto, foi o fato de, apesar das dificuldades do dia a dia não deixaram de ter sua dignidade, pois o rapaz de bermuda listrada estava escovando os dentes, ou seja, muitas vezes pensa-se que, porque a pessoa mora na rua, ela deixa de ter cuidados básicos de higiene, mas não é o que acontece em muitos casos.
        As pessoas passam sim por dificuldades e não porque desejam passar por isso, não se sabe os motivos que levaram-nas a isso, mas o descaso do poder público e a falta de políticas públicas tem sua parcela de culpa nisto.
       O que não podemos é fechar nossos olhos para esta realidade, o capitalismo vem para passar por cima de tudo e de todos que não conseguem segui-lo, não devemos aceitar uma sociedade que julga ser correto a existência de ricos e pobres, temos que acreditar e lutar para que seja correto a existência da VIDA, do AMOR e da SOLIDARIEDADE entre as pessoas e isto só será possível quando houver IGUALDADE!!!

Kelly Cristina Rotta

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A Globalização Vista do Lado de Cá – Encontro com Milton Santos


Fonte: Nosso São Paulo - Reportagem Milton Santos






"... na verdade, nunca houve humanidade. Nós que estamos fazendo os ensaios do que a humanidade virá a ser”.






            Milton Santos, homem negro, intelectual e brasileiro, um apreciador da história. Estudioso, se formou em direito, ciências econômicas e em geografia, esta ultima chamou sua atenção por conta da mudança dos povos  com suas mudanças de lugares buscando novos horizontes.Trabalhou como jornalista e escreveu vários livros. Respeitado no meio intelectual, não pertence a nenhum partido ou grupo político, mas suas idéias e ideais correm o mundo afora.
            Considerando-se um marxista, trazendo consigo a esperança para a humanidade mostra-se sempre em uma posição de encorajamento para a busca de um mundo melhor.
            A globalização deveria ser para a integração e para a transformação para o melhor, porém o que vivemos é uma triste realidade na qual o que impera é o consumismo e as desigualdades sociais. Pessoas tornaram-se “objetos”, esquecendo-se de seus valores e do que é humanidade e o sonho de globalização se tornou um pesadelo.
            Neste sistema ideológico, onde a propaganda é uma coisa, mas a realidade é bem outra, sofremos crises em diversos aspetos como a fome, miséria, saúde, enfim, péssimas condições de vivencia humana, o que podemos perceber é a preocupação por parte dos governantes com uma só crise: a financeira, o que acaba gerando mais crises e revolta por todos os cantos do mundo. Como um exemplo absurdo, tivemos a idéia de privatização da água a qual seria comercializada, sendo que a água é um bem comum global de todos.
            A globalização pode ser vista de três formas:
·        Como fábula, que se trata do consumismo, onde pessoas compram, se endividando e sentindo-se realizadas...
·        A globalização perversa, que se trata de enxergarmos a realidade tal qual com ela é, com toda sua crueldade da desigualdade social sem censuras.
·        E por fim, a globalização com ela pode ser, que se trata da globalização como ela pode ser, isto é, para a conscientização das pessoas de que as coisas podem vir a ser diferente, lutando para uma democracia de verdade e com a esperança de um melhor futuro possível.

Particularmente, me apaixonei por Milton Santos... Pois ele busca a igualdade de forma muito humana trazendo em seu sorriso, um sentimento de esperança que chega a nos contagiar fazendo-nos acreditar que as coisas podem mudar.

 
Daniela Alves Santos

domingo, 7 de novembro de 2010

Lembranças... Ahh minha infância!


         Parte de minha infância me traz lembranças da Cidade da Criança. Situada no ABC, precisamente em São Bernardo do Campo, onde nasci e cresci.
         Naquela época, a prefeitura fornecia carteirinhas de convênio para quem se cadastrasse, o que nos dava a vantagem de dez ingressos por criança! Eu e meu irmão tínhamos o valioso documento!
         Nos finais de semana em que minha mãe folgava, pois trabalhava em hospital e geralmente trabalhava inclusive aos feriados, ela nos acordava com a feliz noticia: vamos à Cidade da Criança!
acervo pessoal de Daniela
         Ahhh... Era uma festa tremenda! Logo tratávamos de arrumar mais crianças, então primos e vizinhos estavam escalados para o passeio quase sempre. Quanto mais gente melhor pra farra!
         E lá íamos nós, cantando e tomando bronca no ônibus. Quando chegávamos ao destino, uma fila imensa. Afinal era de graça! Mas não nos importávamos, hoje penso que o melhor de tudo era a espera.
         Casa dos espelhos, carrossel, roda gigante, minhocão, castelo encantado, avião, casa maluca e é claro o tobogã na água! Para este último reservava ao menos dois ingressos. O brinquedo subia a certa altura bem devagar, um suspense só, depois descia em alta velocidade! O frio na barriga era inevitável.
         Parada para o lanche, muita alegria e tentativa de organização, ao menos era o que minha mãe tentava fazer. Sentia-me livre por aquela cidade, as risadas, os sons dos brinquedos, o choro de quem se perdia dos pais, o cheiro do milho verde e da pipoca doce... Tudo numa sintonia perfeita.
         Me tornei adulta com as doces lembranças da Cidade da Criança, tive meu filho e um dia, em uma manhã de sol a exemplo da minha mãe disse de supetão: Vamos a Cidade da Criança! Passou um filme em minha cabeça, ele reproduzira o que eu fazia... “Vou chamar o Vitor! Mas se ele for o irmão mais novo também tem que ir... E o Léo também!”
         Feito os convites, todos aceitos, lá fomos nós, eu e mais quatro crianças. Eu também reproduzi o que minha mãe fazia: “Todos dando as mãos ao atravessar a rua! E quem não me obedecer...”
         Ao chegar próximo, me senti angustiada, não ouvia os gritos das crianças e tão pouco o barulho dos brinquedos. Demos a volta, as crianças me olhando curiosas. E ao chegarmos uma grande decepção! Uma enorme faixa: Fechado para reforma! Eu não acreditava, as crianças menos ainda. Eu em meio a frustração e a busca de uma solução, afinal as crianças saíram de casa pra se divertir. Lembrei-me do parque municipal, ainda próximo ao endereço que estávamos. Muito jogo de cintura e... Vamos lá criançada, vamos ao novo parque de São Bernardo! E logo a animação voltou. Caminhamos cerca de mais dez minutos e chegamos ao parque Rafael Lazzuri.
         O parque é muito agradável, com muito verde e espaço para brincadeiras e enquanto as crianças brincavam, sentei-me a observá-las e ao lembrar minha infância e de como a felicidade pode estar nas pequenas coisas como subir em um escorregador, ou empurrar o amigo no balanço...
         A feliz noticia é que a Cidade da Criança foi reinaugurada, fazendo a alegria de novas crianças e oportunidade de doces lembranças.
rollercoasterworld-gabriel
Daniela Alves Santos

Saberes (Rubem Alves)

         Minha filosofia da educação pode ser resumida assim: o objetivo da educação é aumentar as possibilidades de prazer e alegria. Os professores começam por ensinar saberes. O ensino dos saberes é a transmissão de uma herança. Os velhos ensinam saberes para que os jovens possam começar a navegar a partir do porto de chegada, será para os jovens o ponto de partida: para que possam ir além deles mesmos. Vem, então, a hora de ensinar os saberes não sabidos: “Mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe”. Mas como é possível ensinar saberes que não sei? O navegador voltou de suas viagens trazendo nas mãos os mapas que desenhara nos mares onde navegara. Mapas são metáforas do mundo dos saberes. São úteis. Neles encontramos as rotas a serem seguidas, caso deseje.
         Chegam os alunos. Desejam aprender os mares do mundo. O professor lhes mostra os seus mapas e fala sobre aquilo que sabe. Os alunos aprendem. Mas, de repente, um aluno aponta para um vazio infinito, sem contornos, no mapa. “Qual é o nome daquele mar?”, ele pergunta. O professor responde: “O nome daquele mar eu não sei. Nunca fui lá. Não o naveguei. Não o naveguei. Não o conheço. Por isso, nada tenho a dizer. É mar desconhecido, por navegar. Mas, com o que sei sobre os outros mares, vou lhe ensinar a se aventurar por mares desconhecidos: essa é a aventura suprema. Para isso nascemos”.

Texto do Livro: Do Universo à Jabuticaba
 

            Rubem Alves é um escritor sábio...Sábio porque são nas entrelinhas de seus textos que ele deixa suas mensagens.
            Ao nos depararmos com a tarefa de montarmos um blog, onde deveríamos falar sobre as franjas regionais, pensamos: Que tarefa difícil de executar!
            Esta inquietude surgiu, pois não sabíamos por qual “MAR” iríamos navegar, muitas expectativas e ideias vieram à cabeça num primeiro momento, mas daí a colocá-las no papel e transferi-las ao blog, realmente não foi fácil.
            Mas como dissemos Rubem Alves é verdadeiramente sábio, seu texto “Saberes” fez com que buscássemos inspiração e ideias nos “MARES” que já conhecíamos e a partir deles encontramos as diretrizes necessárias para a construção deste blog.

Kelly Cristina Rotta

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cidadania


            Em nosso bom e velho Aurélio, tem o seguinte significado: Cidadão: Qualidade ou condição de cidadão / Cidadania: Indivíduos no gozo de seus direitos civis e políticos; Indivíduo; Sujeito.
            Mas e então, será que a população brasileira sabe qual é a real prática de cidadania?
            Ser cidadão implica na pratica em participar ativamente do governo em nosso povo e como exemplo no último dia 3 de outubro, tivemos em nosso país as eleições, onde os eleitores puderam exercer sua cidadania, votando em um novo governo para 2011. As eleições é o momento onde o povo pode reunir forças para eleger pessoas bem intencionadas para estarem no comando de nosso país. Porém, o contrário pode acontecer, existem pessoas que “barganham” seus votos, fazendo o que é totalmente contrário à cidadania, onde o que deveria acontecer é que as pessoas se expressassem livremente e como quisessem.
            A grande luta que temos a travar é a de conscientizar para que o poder da cidadania seja usado de fato! Fazer do nosso voto, instrumento de mudança, no qual possamos eleger pessoas capazes de cumprir com seus compromissos e que quando assumirem seus cargos, possamos também cobrar serviço, fazendo valer os direitos democráticos atuando ativamente na sociedade.

Daniela Alves Santos

O Muro em Paraisópolis


            Em tempos em que se fala tanto sobre igualdade entre os povos, infelizmente na realidade o que vivenciamos é desigualdade social por toda parte. Fala-se de igualdade para o ser humano como se fosse um direito a ser conquistado, quando na verdade nascemos com direitos, pois afinal chegamos ao mundo, todos iguais e sem direito de escolha em nascer rico ou pobre.
            Podemos observar na foto esta diferença gritante entre as partes divididas por um muro que nos impressiona e nos faz pensar em um por que... É o que me traz a seguinte questão: Será que um lado, vive sem o outro?
            Não! Definitivamente não. Pois é do lado “feio” que as trabalhadoras domésticas, saem bem cedo para “embelezar” o outro lado com todo seu capricho para que os imensos apartamentos fiquem impecáveis.
            Do lado da “marginalidade” é que saem os porteiros e zeladores, levando para o outro lado toda sua simpatia e cuidado para que os filhos dos doutores se sintam seguros ao se divertirem em suas quadras e playgrounds.
            Isso tudo me leva a conclusão que em tempos de eleições, temos que nos conscientizar sobre o que realmente é igualdade, pois o poder de mudanças está na mão de todos, inclusive nas de quem mais precisa de proteção aos seus direitos e acesso a justiça. Na caminhada como educadores, temos que lutar para a formação de pessoas capazes de exercer sua função de cidadãos, fazendo-as entender o poder que temos quando agimos em conjunto promovendo mudanças para a realidade.

Daniela Alves Santos

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

NOSSA VISÃO SOBRE A EDUCAÇÃO

               A educação, segundo Paulo Freire, é algo inacabado. É fundamental estarmos sempre inovando, reelaborando conceitos e se valendo de concepções que acreditamos. Nesse movimento podemos auxiliar na construção de um sujeito autônomo, que possa expressar sua opinião e ter uma percepção da sua importância no mundo. No momento que o aluno se percebe na sociedade ele é capaz de mudá-la, muda suas atitudes e vai passando adiante, através do exemplo para seus filhos, seus pais, enfim, para as pessoas que o cercam. Nesse  sentido é possível, à longo prazo, perceber a melhora de uma comunidade, uma cidade e por que não do país.
Nos dias de hoje, onde é tão grande a preocupação com vestibulares, notas e resultados concretos, vimos aqui defender a bandeira dos que acreditam que a educação é muito mais do que números, queremos trazer a alegria de se frequentar um ambiente escolar, mexer com a imaginação e tornar as aulas prazerosas tanto para os alunos quanto para nós pedagogas. Promover aos alunos uma visão global, se valer de livros, jogos, tecnologias como forma de inclusão, resgate da auto-estima e da parceria professor/aluno.
Estamos diante de um mundo cercado de informações, e acreditamos que o professor pesquisador deve estar buscando constantemente estudos que possam nos auxiliar nessa jornada.
Sabemos das dificuldades e da desvalorização da profissão docente, mas não nos sentimos diante de uma luta perdida. Há muito que fazer e estamos dispostas a tentar.